02/08/2017

Recordista brasileiro

O maior de todos

Recordista brasileiro
O maior de todos
No ano que se consagrou como o maior medalhista brasileiro na história dos Jogos Pan-Americanos, Marcel Stürmer também foi eleito o Melhor Atleta Olímpico do Brasil em 2015 na patinação. O lajeadense, que fecha a especial temporada com especiais shows, começa a abrir mão de algumas competições e lamenta a ausência em outras, como as Olimpíadas, onde a modalidade ainda não faz parte do quadro de disputas
Fim de mais uma temporada especial, repleta de conquistas e emoções. Mas nada de folga ainda. A rotina de compromissos é intensa. Após chegar de mais uma viagem pelo Brasil onde foi uma das atrações de um dos tantos eventos em que participa como desportista e palestrante, Marcel Stürmer teve um “Encontro com o Esporte”. Foi horas antes de um show de patinação em Lajeado, um dos tantos programados para os últimos dias do ano em que mais uma vez foi referência para o esporte. Consagrou-se como o maior vencedor brasileiro na principal competição das Américas, e foi eleito o maior atleta olímpico do Brasil em 2015 na sua modalidade.
Recorde
Em julho, em Toronto, no Canadá, Marcel foi aplaudido de pé no Exhibition Centre. Ao som de sucessos dos The Beatles, embalado por trechos de “Hey Bulldog”, “Eleanor Rigby”, “All we need is Love” e “Let it be”, Stürmer conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos. A sua quarta medalha na competição, a quarta seguida, o quarto ouro. Repetia assim os feitos de Santo Domingo em 2003; Rio de Janeiro em 2007 e também Guadalajara em 2011. “Ainda assim foi uma sensação incrível, parecia nova, a primeira. Foi tão significativa que significou a minha primeira medalha”, revela ele ao lembrar do feito.
Quando fala nas próximas competições, em alguns casos o tom já é de despedida. “Não vou mais disputar competições nacionais. E será inviável participar de outro Pan daqui a quatro anos. Vou sim ainda seguir em outras competições internacionais conforme a importância, viabilidade e interesse de meus patrocinadores. Mas tantas como agora e nos últimos anos é inviável”, atesta ele, que tem 23 anos dos seus 29 de vida dedicados de forma incontestável ao sucesso da patinação, bem mais divulgada e não mais tão vítima de preconceitos no país do futebol... muito graças a ele.
Olimpíadas
Tetracampeão pan-americano, sendo uma das vezes no Rio de Janeiro, Marcel não esconde a tristeza e a decepção por não poder voltar a competir na cidade carioca em 2016, mas então como a capital do esporte Mundial – pela primeira vez os Jogos Olímpicos serão realizados na América do Sul. “Modalidade pan-americana, a patinação ainda não é um esporte olímpico, infelizmente. Mas o mais triste é que como sede das Olimpíadas de 2016, o Brasil tinha poder de indicar alguma modalidade. Ao invés de fazê-lo para a patinação, que teria potencial de medalhas, optou por outras em que as chances pódio são bem menores. Isso mostra como outros interesses que não os esportivos prevalecem, como em muitas áreas do país”, desabafa ele. As novas modalidades olímpicas será o golfe e o rugby. Como o COI decidiu manter os 26 esportes da competição de 2012 (não houve nenhuma exclusão), a edição carioca das Olimpíadas terá 28 modalidades. Ainda assim, a participação de Stürmer nos Jogos Olímpicos não está descartada, mas ele não revela como. A cerimônia de abertura seria uma coroação ao maior de todos.
Sempre ao lado do esporte
Quando na rotina normal em Porto Alegre, onde o lajeadense está radicado, Marcel segue ao longo do dia com os treinos, aulas como professor e demais compromissos comumente ligados ao principal patinador das Américas, maior medalhista brasileiro em Pans - convite para palestras são muitos. Ainda à noite, se dedica aos estudos da faculdade de Marketing, no qual se forma ano que vem. Nas horas restantes, mais treinos práticos, físicos em academias. E aos finais de semana, shows. “Poderia nos espetáculos executar um salto duplo. Mas faço questão de fazer o melhor, treinar para bem executar saltos triplos, numa coreografia próxima a apresentadas nos Jogos”, justifica ele.
Quanto ao futuro, o estudante de marketing descarta viver longe da patinação e do esporte de alguma maneira. Contudo, o patinador já aumenta seu leque de atuações para quando isso acontecer. “Ela seguirá comigo de diversas formas. Acredito que eu nunca sairei do esporte até porque o esporte não deixaria isso acontecer. Mas o que mais me interessa no momento são os espetáculos”, afirma. Quanto à rotina, hoje em Porto Alegre, explica. “Tem sido corrido, mas eu me acostumei a isso. Os treinamentos, as viagens, e no momento eu estou me apresentando e palestrando individualmente em eventos. É preciso ainda tentar administrar os estudos no meio disso”, detalha. Também dar atenção à família e ao lazer. “Gosto de sair com meus amigos, assistir um filme no cinema, viajar, fazer alguma viagem curta para aliviar a tensão do cotidiano e descansar”, detalha. Mas não há muito tempo. O show vai começar. Os aplausos serão o combustível para muito mais.
Com o “tetra”, Stürmer deixou para trás o velejador Robert Scheidt, tricampeão. Contudo teve seu feito igualado ainda em Santo Domingo pelo também velejador Ricardo Winicki, o “Bimba”. Além dos quatro ouros em Jogos Pan-Americanos, entre as conquistas mais expressivas o patinador também tem 15 títulos brasileiros; o ouro nos Jogos Sul-americanos de Buenos Aires 2006, prata no mesmo torneio em Medellín 2010, e o título de campeão dos Jogos Mundiais em 2013 (vice em 2009), além de duas pratas (2011 e 2012) e dois bronzes (2008 e 2010) no Campeonato Mundial.

Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site.