04/08/2017

Ewerton Machado Jaenisch

Um dos maiores ídolos do Marítimo de Portugal mora em Lajeado e é goleiro no Clube Tiro e Caça

Luvas sagradas
Ewerton Machado: o guarda-redes
Um dos maiores ídolos do Marítimo de Portugal mora em Lajeado e é goleiro no Clube Tiro e Caça
Consagrado como o salvador das redes, nas décadas de 1970, 80 e 90, nos campeonatos Gaúcho, Paulista e Europeu, o ex-goleiro profissional Ewerton Machado Jaenisch, 58 anos, mantém a forma física e mental à frente das goleiras de times amadores de minifutebol do Clube Tiro e Caça, em Lajeado. E define que o futebol sempre será uma de suas maiores paixões.
Machado está no mundo do futebol há 46 anos. Por 22, foi jogador de futebol profissional no Brasil e em Portugal e parou com 41 anos porque estava sofrendo muitas lesões físicas em decorrência de sua idade. Desta vida, levará o amor pelo esporte, os fãs torcedores portugueses - que o têm como um ídolo no time Marítimos -, as lembranças eternas de tudo o que viveu e os bens que conquistou na época e que hoje o ajudam no sustento da casa.
Como goleiro, diz que há três vantagens apenas: ser o único jogador que pode pegar a bola com a mão, ser o único que pode jogar com fardamentos diferentes e ser o único a ter o privilégio de assistir ao jogo de dentro do campo. No mais, alerta que o treino, a cobrança e a determinação são quatro vezes mais do que a um jogador normal. “O melhor goleiro chega antes e vai embora por último dos treinos. O bom não pode falhar nunca, e isso é impossível. E ainda o goleiro ganha só 10% do que um atacante recebe.”
Ele brinca que só se torna goleiro o menino que tem o sonho e determinação para ser jogador de futebol, mas é ruim dentro de campo. E como não tem alternativa, vira goleiro. “Foi assim comigo, e é com a maioria dos goleiros.”
E assim, Machado leva vida. Durante a semana, ele trabalha como empresário e, nos fins de semana, se dedica ao futebol. Com 58 anos, não tem mais aquela agilidade dos 20, mas garante que a vontade, técnica e vigor seguem os mesmos.
Como Ewerton começou
Ewerton iniciou sua carreira nas categorias de base de times de Porto Alegre. Com 20 anos (1978), começou a jogar no Estrela Futebol Clube e veio morar no Vale do Taquari. Conta que, na época, o time era forte e jogava Gauchão.
No Estrela, permaneceu por um ano e seis meses até ser vendido para a Portuguesa de Desportos de São Paulo, onde jogou por oito anos na Primeira Divisão de campeonatos brasileiros.
Em 1987, foi vendido para o Marítimos de Portugal, onde ficou até 2000 e encerrou a carreira profissional como jogador de futebol.
Ewerton conta que, naquela época, poucos profissionais tinham empresários. Eram os presidentes dos clubes e seus treinadores que viajavam pelo mundo em busca de atletas promissores. Lembra que sua contratação foi assim.
O presidente e o treinador do Marítimos vieram para o Brasil e, no aeroporto, perguntaram para um carregador de malas, que vestia a camiseta do Corinthians, onde teria um jogo à noite. Por sorte de Ewerton, o Corinthians jogaria contra o seu time, a Portuguesa. Assim, ele foi visto e suas habilidades apreciadas pelos estrangeiros, que, nas semanas seguintes, já o contrataram.
Depois de 13 anos em Portugal, o goleiro encerrou sua carreira e voltou para o Brasil, em Lajeado, onde firmou moradia com a família. Foi então que conheceu o CTC e a Soges e começou a jogar como goleiro em campeonatos de minifutebol e em torneios amadores de veteranos.
O sustento
Segundo ele, nesta vida de jogador de futebol, a fama e o dinheiro vêm e vão facilmente. Conta que todas as semanas entram valores de salário, prêmios de vitórias (os bichos) e prêmios por conquistas. “É preciso ter muito cuidado para não gastar tudo. O jogador, quando para, não sabe fazer nada, porque nunca teve tempo para estudar durante a carreira. Se não investir enquanto profissional, passa necessidade depois.”
Família
Ewerton é casado com Ana Marie Thomas Jaenisch. Com ela teve os filhos Samuel Thomas Jaenisch, 32 anos, doutorando em Ciências Sociais; Tatiana Thomas Jaenisch, 27 anos, fisioterapeuta; e Luciana Thomas Jaenisch, 20 anos, que cursa Cinema.
Toda sua trajetória na vida e no futebol foi ao lado da família e conta que sem ela não teria chegado até aqui desta forma. “Eles são meu ombro amigo, meu porto seguro, me ajudaram muito, em especial, no exterior, onde tudo é mais difícil.”
Títulos que o marcaram
- 3º lugar no Campeonato Gaúcho, com o Estrela
- 2º lugar no Campeonato Paulista, com a Portuguesa
- 3º lugar no Campeonato Brasileiro, com a Portuguesa
- 11 anos na Primeira Divisão do Campeonato Português, com o Marítimos
- Vice-campeão da Copa de Portugal, com o Marítimos
- 6 anos classificado para copas da Europa, com o Marítimos
Campeonatos importantes disputados
- 2 campeonatos gaúchos (Primeira Divisão)
- 8 campeonatos paulistas (Primeira Divisão)
- 8 campeonatos brasileiros (Primeira Divisão)
- 10 campeonatos portugueses (Primeira Divisão)
- 10 Copas de Portugal
- 6 participações na Liga Europa/Uefa
- 2 pré-eliminatórias da Liga dos Campeões
Texto:Carine Krüger

 

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