04/08/2017

Ildo Salvi

Caratê para o equilíbrio físico e mental

Artes marciais
Caratê para o equilíbrio físico e mental
A modalidade é uma arte marcial e foi uma das primeiras inseridas na região há mais de 30 anos
O caratê é uma arte marcial e sistema de autodefesa influenciado por uma das mais antigas tradições da China. Em Lajeado e Estrela, foi uma das primeiras modalidades a serem inseridas na escola, há mais de 30 anos. Hoje, há mais de 400 alunos nas duas cidades, com projetos desenvolvidos em instituições de ensino e em comunidades carentes.
“Karate-Do” significa o caminho das mãos vazias. Os praticantes não usam armas para atacar ou defender, apenas as mãos, os pés e o corpo. De acordo com o sensei Ildo Salvi, de Lajeado, há 31 anos praticante, o caratê é muito mais do que meramente o físico. É fundado sob uma grande tradição filosófica e espiritual baseada em princípios do Bushido e Zen-Budismo. Com árdua prática e treinamento, o caratê desenvolve o corpo, a mente e o caráter.
Seus adeptos são instruídos a não usar a violência a fim de dominar sua agressividade. Ele diz que todas as pessoas são agressivas de alguma maneira. O caratê ensina como controlar essa disposição. Não ensina a não usá-la, mas como fazê-lo de forma correta. “A luta é o cavalo que nos conduz a um aprimoramento do ser.”
Salvi, que também é psicólogo, explica que as pessoas têm necessidade de se aprimorar, para evoluir e ter um crescimento pessoal.
A prática das artes marciais ajuda no desempenho dos estudantes em sala de aula, visto que desenvolve o raciocínio, a memória e a disciplina.
Como Ildo começou
Ildo Salvi começou a treinar aos 22 anos de idade. Ele praticava judô e resolveu aprender mais uma modalidade para aprimorar a defesa pessoal. Conta que, em sua primeira aula, um aluno de 9 anos lhe mostrou os primeiros movimentos. Ele era o único adulto durante o dia. “Isso mostra que todos podem ensinar e ser bons no que fazem. Não há idade, mas dedicação.”
Sua rotina era trabalhar à noite e se preparar durante o dia, e assim foi se aprimorando e se apaixonando pelo caratê. “Me dediquei muito. Pratiquei. Estudei. Segui todos os passos do meu professor.” Em menos de dois anos de prática, já auxiliava seu sensei a dar aulas, e com seis anos e nove meses conquistou a faixa máxima do caratê, a faixa preta.
Procura reduziu-se
Salvi conta que há menos alunos praticantes de caratê do que há alguns anos. Segundo ele, hoje, há uma variedade maior de modalidades de artes marciais oferecidas na região. Isso faz com que os atletas e praticantes migrem entre elas. “Mas isso também é positivo, quanto mais alunos praticarem esporte, melhor para eles e para nós, que incentivamos o esporte e as artes marciais.”
Federação Gaúcha
Com 35 anos de caratê, o sensei Valmor Griebeler, de Estrela, foi atleta de seleção durante oito anos e introduziu a arte marcial na região. Hoje, Estrela tem tradição, e a prática cresce. O objetivo é fazer com que a federação gaúcha se instale em Estrela.
O sensei, que é vice-prefeito do município, media recursos com o governo federal e espera a liberação das verbas por parte da Caixa para a recuperação de um prédio, a fim de instalar a sede estadual, para que todas as categorias treinem em Estrela. “Queremos que a cidade seja um polo do caratê no Estado.”
Mais de 300 crianças treinam em projetos sociais. No futuro, poderão ser atletas ou manter uma consciência cidadã. “Mais de oito mil pessoas praticaram caratê nos registros da Askat: dos 32 faixas pretas, nenhum deles se envolveu com qualquer tipo de agressão.”
As origens do caratê
O caratê, karate ou karaté surgiu em Okinawa, no Japão, no século XV, durante o império do rei Sho Hashi. Começou por ser uma luta, praticada em segredo, por causa da influência dos senhores feudais japoneses que tinham conquistado a ilha e que haviam proibido os seus habitantes de utilizar qualquer tipo de armas.
Em razão da proibição, surgiu uma nova técnica de combate desarmado, conhecido como “Okinawa-te”. Tratava-se de uma arte de autodefesa pessoal que tinha como característica principal a utilização das mãos e dos pés como armas de combate.
Benefícios de quem pratica artes marciais
- Aumenta a flexibilidade do corpo;
- Desenvolve a coordenação motora;
- Fortalece grupos musculares ao mesmo tempo;
- Melhora a agilidade e aguça os sentidos;
- Ensina a ter mais autocontrole e desenvolve a autoestima;
- É uma excelente forma de perder peso, além de desenvolver a musculatura;
- A maioria das modalidades trabalha o abdômen e a lombar, além de músculos superiores e inferiores em maior ou menor intensidade;
- Desenvolve a disciplina;
- Cada modalidade tem seu conjunto de regras de conduta ensinado e reforçado pelo professor ou mestre;
- A disciplina também é reforçada no sentido de o aluno ser estimulado a não perder o treino.
Fonte texto: Carine Krüger

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