04/08/2017

Cristiano Quadri

Cris, o boleiro que cresceu no futebol

Desde piá
Cris, o boleiro que cresceu no futebol
Cristiano Quadri, 32 anos, começou a jogar futebol com 5 anos. Atuou em times como Internacional e Juventude e encerrou a carreira profissional aos 22 anos
A infância de Cristiano Quadri, 32 anos, se resume a treinos, estudo e muito futebol. Ele cresceu no meio do esporte, foi profissional, jogou no Internacional e no Juventude e encerrou a carreira cedo, com apenas 22 anos, para construir uma família com a esposa Gisele Machado. Hoje, tem um filho de 15 anos, o Samuel, e outro de 5 anos, o Brayan, que pretende ensinar o futebol e o que viveu na vida.
Com 5 anos, incentivado pelos pais, Cris começou a praticar o esporte. Ingressou na escolinha do Nacional de Lajeado, do falecido Mineiro. Naquela época, jogavam campeonatos por toda a região, mesmo ainda bem piá.
Lembra que ainda pequeno fez alguns testes no Internacional e passou, mas teve que desistir, porque teria de ir todos os dias a Porto Alegre para treinar, o que dificultava tanto para Cris, que ainda era uma criança, quanto para seus pais, que tinham de trabalhar.
Com 10 anos, recebeu outra oportunidade de jogar futsal e futebol de campo em Vera Cruz. Durante um ano, ele foi todos os dias para a cidade do Vale do Rio Pardo.
Depois de dois anos, conseguiu uma oportunidade com o apresentador de televisão Raul Gil para fazer um teste no Corinthians. “Fiquei seis meses lá, senti saudades de casa e voltei.” Logo depois, jogando em uma partida de um time do Clube Sete de Setembro, recebeu nova proposta de um olheiro do Inter para fazer um teste no clube.
Ele aceitou e ingressou no clube em 1999, ano em que o técnico era o Julinho Camargo. Preparou-se por três meses e, no ano seguinte, quando se apresentou novamente, Mano Menezes era o seu treinador da categoria de base do juvenil do Inter.
Com o time colorado ganhou diversos títulos como do Campeonato Brasileiro, Sul-Americano, Sul-Brasileiro e Gaúcho.
No Inter, ficou até o fim do ano de 2001 e seguiu para o Juventude, onde jogou o Campeonato Gaúcho. Depois, ficou um tempo em Lajeado, meses no Brasil de Farroupilha, um ano no Guarani de Venâncio Aires e jogou profissionalmente no Lajeadense.
Cris largou o futebol profissional aos 22 anos, e, agora, joga aos fins de semana por lazer. Ele trabalha na Valecross, em Lajeado, e se dedica muito à sua família.
Futebol, um de seus amores
Hoje, ele segue jogando futebol nos clubes Sete de Setembro e Tiro e Caça aos sábados, por lazer, e, aos domingos, desde que o filho nasceu, há cincos anos, definiu que ficaria em casa com a família.
Conta que, quando era criança, enquanto as outras brincavam na rua, ele treinava futebol e estudava para conciliar o esporte com os estudos. “Eu estudava e depois ia jogar bola nos campinhos. Não consegui concluir uma faculdade. Tive que repetir alguns anos para ter melhor aproveitamento em razão das faltas, mas sempre estudei.”
Sua infância
Sempre gostou de futebol. Quando podia, ficava nos campos de futebol dos bairros jogando até que sua mãe o chamava. “Quando deixava, às vezes passava das 22h. Só pensava nisso.”
Lembra que, quando pequeno, os sábados eram dedicados ao Campeonato Piá, e os campeonatos maiores eram jogados aos domingos. “Nossa, lembro que os piores dias era quando chovia nos domingos, e os jogos eram cancelados. A gurizada toda ficava muito triste.”
O orgulho da família
De família amante do futebol e ainda colorada, Cris se tornou um ícone em casa e um grande orgulho, em especial do pai, que guarda e veste até hoje todos os presentes que o filho lhe deu do Inter, quanto esteve em Porto Alegre.
Seus pais foram os grandes incentivadores nessa trajetória. Quando jogava no Colorado, passava a semana inteira treinando, e nos fins de semana, voltava para Lajeado. Segundo ele, isso só foi possível porque os pais o mantiveram financeiramente nesse tempo.
Cris relata que seu pai sempre gostou muito de futebol e o treinava desde pequeno. “Quando fui para o Inter, foi uma realização pra ele e pra toda família, que é colorada. Eles sempre me ligavam pra saber como estava minha temporada lá.”
Diz que, mesmo colorados, os pais não se importariam se ele tivesse que jogar em qualquer time, até mesmo no Grêmio, porque, para eles, o crescimento do filho sempre vinha em primeiro lugar.
Independência cedo
Aos 12 anos, o ex-jogador já era independente e saiu de casa para morar nos alojamentos das equipes de futebol. “Meus pais me visitavam nos times, mas eu morava embaixo das arquibancadas, nos alojamentos. Treinávamos, tinha alimentação, mas sempre era necessário um complemento.”
Cris diz que, para ele, faltou um pouco de foco a fim de ter ido um pouco mais longe, mas garante que não se arrepende do que fez e viveu no futebol.
Fato que marcou sua vida
Atuar no Inter com jogadores que hoje fazem sucesso e ter tido a experiência que teve é o que mais marcou Quadri.
Decepção da carreira
A maior decepção de Cris Quadri como jogador de futebol foi sua saída do Inter. Ele conta que o André Luís, do Inter, o chamou na sala e, talvez por ele ser jovem e não estar preparado para a situação, foi dispensado. Ele tinha 16 anos, diz que não ia mal nos treinos e não esperava, mas foi chamado e o mandaram embora. “Sempre sonhei em ser jogador de futebol profissional em um time grande e terminou ali.”
Conselho para os jovens
Estudar muito para ter uma profissão garantida e, se quiser ser mesmo jogador, persistir e ser o primeiro a chegar e o último a sair dos treinos, porque é isso que dá resultado.
Títulos conquistados
- Campeão brasileiro (Inter)
- Campeão sul-brasileiro (Inter)
- Campeão sul-americano (Inter)
- Bicampeão gaúcho (Inter)
- Campeão regional Série A (Esperança Teutônia)
- Campeão regional Série B (Travesseirense)
- Campeão regional Série B (Travesseirense)
- Campeão Vale Sampaio (Santa Clara FC)
- Campeão municipal Santa Clara (Santa Clara FC)
- Campeão municipal Canudos do Vale Fut. Sete (Canarinho)
- Quatro vezes campeão municipal de Lajeado (três vezes pelo Carneiros e uma vez pelo Campestre)
- Campeão dos Vales Futsal (Lajeado)
- Seis vezes campeão do Clube Sete de Setembro - Primeira Divisão (Galera)
- Três vezes campeão do Clube Sete de Setembro Areia (Galera, Bohemios, Ressaca)
- Cinco vezes campeão do Clube Sete de Setembro Futsal (Galera, Ressaca, Cosmano)
- Duas vezes campeão do Clube CTC - Quarta Divisão (Cosmos, Galera)
- Duas vezes campeão do Clube CTC - Terceira Divisão (Cosmos, Galera)
- Campeão do Clube CTC - Segunda Divisão (Galera)
- Seis vezes campeão do Campeonato Piá (Nacional de Lajeado)
- Três vezes campeão do Campeonato Piá Encantado (Nacional de Lajeado)
- Quatro vezes campeão do Campeonato Smel (Nacional de Lajeado)
- Três vezes campeão do Campeonato Sesi Estrela (Nacional de Lajeado)
- Duas vezes campeão do Campeonato Sesi Lajeado (Nacional de Lajeado)
- Quatro vezes campeão gaúcho Lifuga (Nacional de Lajeado)
- Campeão Aberto do UnicShopping Lajeado Areia (Nacional de Lajeado)
- Campeão Cafusal (Cosmos)
- Quatro vezes campeão do Sesc Futsal Comerciários (Valecross)
- Uma vez campeão do Sesc Fut. Sete Comerciários (Valecross)
- Bicampeão veterano Sete (Galera)
- Campeão veterano Sete/CTC (Integração, Galera)
- Campeão treinador CTC - Terceira Divisão (Galera)
Famosos com quem conviveu e jogou
- Mano Menezes (treinador Inter)
- Julinho Camargo (treinador Inter)
- Lisca (treinador Inter)
- James (atual auxiliar do Roger do Grêmio)
- Alexandre Sebben (Juventude)
- José Carlos Fernandes (Mineiro)
- Nilmar (ex-Inter)
- Jadson (ex-São Paulo)
- Marcelo Boeck (Sporting Portugal)
- Leandrão (Vasco)
- Chiquinho (São José)
- Thiago Silva (França)
- Naldo (Wolsburg da Alemanha)
- Ederson (Flamengo)
- Fernando (goleiro do Vitória)
Fonte texto: Carine Krüger

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