08/08/2017

Capitã Karine

Corrida: a superação dos próprios limites

Qualidade de vida
Corrida: a superação dos próprios limites
Capitã da Brigada Militar dribla os desafios de seu corpo em busca de maior qualidade de vida. A meta, agora, é atingir dez quilômetros de corrida sem parar
Correr é uma atividade física relativamente simples, porém, uma das que mais exigem perseverança e superação dos próprios limites. No fim, o resultado é rendimento e muito prazer. E é justamente isso que a capitã da Brigada Militar de Lajeado Karine Pires Soares Brum procura semanalmente em seus treinos. Depois de se tornar mãe, ela mudou de vida e decidiu superar limites e metas para ter mais qualidade de vida para ela e, em consequência, para sua família. Hoje, corre cinco quilômetros em menos de meia hora, mas pretende superar a distância e atingir dez quilômetros sem parar nos próximos treinos.
Karine conheceu a corrida quando ingressou no concurso da Brigada Militar, em 2006. Sem nunca ter treinado, ela se deparou com uma prova em que precisava correr 12 minutos sem parar. “Lembro até hoje da primeira vez que tive que correr uma volta em uma pista. Acho que eram uns 200 metros. Caí desesperada porque achava que era muito difícil e que não iria conseguir.” Karine teve que treinar vários dias, enfrentou a prova de cabeça erguida e confiante e passou.
Depois disso, durante dois anos de curso, havia uma rotina constante de corridas como treinamento militar. “Correr era uma obrigação, que não chegava a ser uma atividade prazerosa, mas uma exigência. Mas aí já começaram meus treinamentos.” Quando encerrou o curso, ela retomou a rotina e suas atividades e deixou a corrida de lado.
Em 2013, teve a sua filha Manuella e viu a necessidade de voltar à forma física de maneira rápida. “Não tinha muito tempo para isso, então, o esporte foi minha alternativa. Comecei na academia como um reforço e a treinar corrida.”
Praticou por uns três meses, mas a rotina com agenda cheia fez com que parasse novamente.
De volta para ficar
Sua decisão de investir de verdade no esporte foi depois de participar de uma corrida em Lajeado. Sua filha tinha menos de 1 ano e a esperou junto de seu marido na linha de chegada. “Ver os dois me apoiando em algo tão simples e que estava me fazendo tão bem me fez pensar melhor na vida.”
Depois de se tornar mãe, ela começou a sentir muitas dores por carregar muito a filha no colo, não conseguir se alongar e dormir direito, amamentar um bebê que pesa, entre outras situações comuns para mães com filhos pequenos. Por isso, decidiu que queria mudar e melhorar a sua qualidade de vida a fim de estar bem para a sua família e, inclusive, ter mais disposição para brincar com sua filha.
Segundo Karine, viver bem é a motivação para sair em um dia frio ou muito quente. Diz que é difícil se cuidar e acredita que o pouco tempo de horas vagas que as pessoas têm deveriam curtir com qualidade. “É muito bom poder estar sempre bem disposta e com energia, sem dores e, de certa forma, deixar esse legado para minha filha.”
Diz que, hoje, seu maior objetivo é sempre estar bem para sua família e, assim, poder dar o melhor para ela, com muita atenção e carinho, sem dor ou estresse. Diz que o esporte a ajuda a não ficar doente também.
Desde que engravidou, se tornou abstêmia e melhorou como um todo a sua alimentação.
Karine relata que, no último ano, percebeu uma das principais mudanças, não só referentes à corrida, mas também pela atividade regular. Ela se tornou mais calma e paciente. “É como se descarregasse todas as energias negativas, do trabalho e de situações de tensão, no esporte. Até a própria produção dos hormônios nos deixa mais tranquilos, nos eixos. E acho que até na questão cerebral deve ter algum efeito, porque estou muito mais calma e centrada. Isso me tornou uma pessoa melhor.”
Exemplo para a filha
Recentemente, a capitã participou de outra corrida em Lajeado. Como estava treinando regularmente, se sentiu confiante e acreditava em sua vitória, por isso, resolveu levar a filha para acompanhar sua corrida.
Depois de ver a mãe vencer e receber uma medalha, a filha disse para Karine que, quando ela fosse grande, também iria correr bastante a fim de conseguir uma medalha para sua mãe. “Acho que isso é um exemplo que temos de deixar para os nossos filhos. Mostrar que há coisas saudáveis que dão prazer e não essa vida louca que muitos levam. Tem, sim, coisas simples que podem nos fazer bem e trazer felicidade.”
O prazer em correr
A corrida faz com que Karine se sinta bem. “É um momento de descanso e de mente livre.” Segundo ela, todo o esforço tem sido muito prazeroso. De todas as atividades físicas que pratico, é a de que eu mais gosto.”
Segundo ela, a corrida em si é um desafio. “Qualquer pessoa, quando começa a correr, fica com aquela sensação que não tem como conseguir atingir a meta, mas, ao mesmo tempo, passa a conhecer os próprios limites e que os desafios maiores então dentro de si mesmo.”
E ela gosta muito da corrida justamente por isso: faz com que as pessoas superem obstáculos. “A sensação de prazer que se tem depois da corrida é tão boa e vale tanto que não há obstáculos de frio ou calor. Acho que até é um remédio. Quando o dia não está legal, correr pode mudar tudo.”
Para ter ainda mais estímulo, a capitã tem uma meta que sempre se amplia depois que a atinge. Começou com cinco quilômetros e, agora, já aumentou para dez. “E a corrida é isso, muito treino. No momento em que a pessoa para, precisa começar tudo de novo do zero.”
Sua rotina
As horas vagas, Karine divide com a filha, o marido e suas atividades físicas. Há dois anos, faz esporte regularmente. Duas vezes por semana treina pilates; três vezes com personal trainer; e agregou a corrida três vezes por semana.
Fonte texto: Carine Krüger

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