10/08/2017

Ênio Waldir Black

Os filhos Ismael, Gabriel e Rafael seguiram os passos do pai, e também são goleiros

Ênio Waldir Black
“Segurança” nas grandes áreas
Personalidade histórica e atuante no esporte regional, o ex-goleiro e ainda treinador segue pelos campos de areia, quadras de futsal e gramados profissionais, amadores e sociais por meio de seus três filhos, que também optaram pelas luvas
“Uma vida, uma história, uma paixão”, uma das conhecidas frases do Bolamar - história do qual também tem muita ligação com Ênio Waldir Black (58) -, é um dos lemas adotados pelo ex-goleiro, que deixou legado, inclusive familiar, nas grandes e pequenas áreas do esporte. Profissional do dia a dia ligado também à área de segurança, por intermédio da empresa Black Sistemas de Segurança, ele sempre foi responsável pela “segurança” das goleiras de muitas equipes do futebol social, gramados municipais, regionais e campos de areia. Influência que levou os três filhos a seguirem pelos mesmos espaços, e com luvas. Também treinador e dirigente de clubes, Black reconhece como fundamental o legado do esporte para sua vida pessoal e profissional.
Filho mais velho de uma família humilde, de oito irmãos, Black fez das dificuldades do passado um conhecimento para atingir a meta de dar aos seus filhos melhores condições e orgulho para a mãe, Dolores. “Minha única opção de lazer, no passado, muitas vezes, era o esporte, o gramado de futebol em frente da minha casa. Ao menos ali, em Olarias, era só atravessar a rua e estar disposto”, relembra. “Por diversos motivos, inclusive gosto pessoal, fui parar no gol, mas nunca me arrependi”, destaca. Era o começo de uma trajetória como jogador de categorias de base do Lajeadense, de diversos times de futsal e de clubes de futebol amador, social, municipal e regional, e pelos quais ainda segue como técnico vez ou outra. “Como atleta, joguei por mais de uma dezena de clubes de Lajeado e região só no futebol amador. Como técnico, comandei Estudiantes, São Cristóvão, União de Carneiros, São José de Santa Clara e outros, como o Ceva 20, onde comandei meus filhos”, ressalta, além de citar a categoria júnior do Lajeadense e as equipes do Bolamar.
Campos, bancos de reserva e escritórios
Ainda forte referência no futebol de campo amador, Black destaca que essa modalidade já viveu melhores momentos, mas vai voltar a crescer. “Foi prejudicado porque se tornou muito caro; teve e tem, ainda, muitas questões disciplinares que o prejudicam, mas, por outro lado, vai aos poucos fazendo de novo jus ao nome, ‘amador’, e dando espaço para valores locais”, diz o também ex-dirigente de clubes, inclusive do futebol profissional (Lajeadense). “Outro que está aos poucos se reerguendo e vai aos poucos se consolidar”, atesta o ex-tesoureiro do Alviazul.
Areia
Apesar de sua forte ligação com os gramados da região, na areia do litoral, Black também se destacou e segue ligado até hoje. “Campeão do Bolamar de Capão da Canoa como técnico da equipe master (38 anos) do CTC, em 1999, perdemos a final estadual do litoral em Tramandaí por detalhes”, relembra ele, que, depois, faturaria o almejado título estadual em 2002 e 2003 como técnico, com os elencos do Sete de Setembro. “Fui campeão também como jogador, então da categoria sênior - 45 anos -, com o time do Sete Roque Tratores, em 2004 e 2006, além do vice em 2005”, conta, orgulhoso. Black lamenta o fim do Bolamar no ano passado. “Também ficou caro participar dele. A começar com inscrição, custos com deslocamentos e outros”, explica, apesar de ressaltar o apoio do Poder Público de Lajeado à participação. Mas a ligação com a areia não acabou. “Seguimos participando do Campeonato Estadual de Futebol de Areia Oásis, no balneário de mesmo nome.”
Valor do esporte
Black explica que sua ligação com o esporte só não foi ainda maior, principalmente de forma profissional, por uma questão. “Sempre encarei o esporte como lazer, diversão, pois não podia abrir mão da minha vida e crescimento profissional se quisesse atingir minha meta de quando mais novo para com a minha família. Mas sei o quanto o esporte colaborou com a minha vida, social e também profissional.” O comerciante entrou para o ramo de sistemas de segurança ao começar a trabalhar numa loja de eletricidade. “Há mais de três décadas, comecei a ir por conta própria”, destaca o proprietário da Black Sistemas de Segurança. Ele não deixa de destacar a importância do esporte também para seu negócio e lazer. “É incrível a quantidade de histórias, experiências, lembranças e conhecimentos que o mundo do esporte me proporcionou, assim como de amizades que fiz, muito mais do que inimizades. Mas isto, claro, depende muito é da sua conduta”, ressalta.
Paixão pelas luvas
Black diz que jamais poderia imaginar que os filhos, também apaixonados pelo mundo das bolas do esporte, seguiriam todos pela sua posição. “Nunca os forcei, mas era onde costumavam me ver quando atuava”, justifica. “Frequento os campos com ele desde os 6 meses de idade. Até não vi meu pai jogar muito, e, sim, atuar mais como treinador. Ainda assim sempre gostei da posição”, revela Gabriel (24), que, por anos, defendeu profissionalmente as cores da Alaf, da qual o pai é um dos fundadores. Ismael Black (34) jogou profissionalmente no gol de clubes até do Paraná, e, agora, também segue pelos gramados da região como o caçula Rafael (14), que já defende as cores do Renegados na Série Prata do Sete de Setembro e a escolinha do clube, além de disputar outras competições próprias da idade. “Pesou um pouco a convivência direta com bons goleiros da família para ir também para a área”, reconhece o caçula, sob olhares atentos da mãe, a professora Lonice Bruxel (53).
Fonte texto: Rodrigo Angeli

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