10/08/2017

Marcelo Giba

Acostumado a ganhar a confiança das equipes por onde passa, Marcelo Souza Pires, o “Marcelo Giba”, 33 anos, já usou a braçadeira de capitão no Internacional de Porto Alegre, na Ulbra de Canoas, no Banespa de São Paulo e, por último, na Alaf de Lajeado

Capitão de corpo e alma
Para seguir o caminho do avô e também do tio, Marcelo Souza Pires, o “Marcelo Giba”, investiu na carreira de jogador profissional de futsal
Acostumado a ganhar a confiança das equipes por onde passa, Marcelo Souza Pires, o “Marcelo Giba”, 33 anos, já usou a braçadeira de capitão no Internacional de Porto Alegre, na Ulbra de Canoas, no Banespa de São Paulo e, por último, na Alaf de Lajeado. Além da visível dedicação nas quadras, o atleta procura motivar os demais colegas e extrair o que cada um deles tem de melhor.
A prova de seu envolvimento pleno com o clube em que veste a camisa pôde ser percebida durante o período em que defendeu a Associação Lajeado de Futsal (Alaf). Mesmo com todos os problemas financeiros vivenciados no clube durante o ano de 2016, o atleta não esmoreceu e não “abandonou o barco” no meio do percurso. Marcelo Giba não só ficou na equipe como também foi o porta-voz da diretoria com os atletas, pediu calma, paciência e seriedade e, mais uma vez, mostrou por que merece a braçadeira de capitão do time.
Entretanto, antes de chegar a Lajeado, Marcelo Giba trilhou o seu caminho e começou como boa parte dos atletas profissionais: em escolinha. Natural de Canoas, foi na cidade que deu os seus primeiros chutes. “Comecei a jogar quando tinha 6 anos.” O garoto tinha como referência o seu avô e o tio, ambos atuaram profissionalmente. “Minha primeira escolinha foi com o professor Chicão, no Barcelona, no Bairro Niterói, em Canoas”, recorda.
Lá permaneceu até os 12 anos, quando foi para o Lindoia, em Porto Alegre. “Sempre jogava como fixo/ala.” Com a mesma idade, Marcelo Giba teve uma surpresa que poderia mudar a sua vida. “Recebi uma proposta para jogar no Internacional. O treinador comandava a equipe de futebol e futsal, na época, mas optei por ficar no Lindoia.”
A escolha, segundo o atleta, foi porque a equipe pagava os seus estudos, e ele podia continuar morando em Canoas, enquanto o time da capital queria que o garoto residisse no alojamento. Bastante habilidoso, Marcelo Giba começava a despertar o interesse dos clubes da Região Metropolitana, até porque sempre jogava em uma categoria acima da sua. “Nos times da base sempre fui o destaque, o goleador”, justifica.
Trajetória de sucesso
Aos 13 anos, o garoto foi para o time da Ulbra, em Canoas. “A universidade tinha um time forte.” Dois anos depois, Marcelo Giba se profissionalizou. “Fiquei na Ulbra até 2001.” No ano seguinte, em 2002, foi a vez de aceitar a proposta do time de Porto Alegre e vestir a camisa do Internacional. “Foi o período em que pude jogar na Seleção Sub-17 e na Sub-20, além de participar de alguns amistosos com a seleção principal."
Nesse período, o jovem saiu de casa, momento em que abriu mão da vida normal que tinha ao lado dos meninos da sua idade para ir em busca do sonho de ser um jogador profissional de futsal. “Sempre fui corajoso, mas, naquele momento, percebi que o meu corpo era o meu instrumento de trabalho.” Sem baladas ou noitadas em barzinhos, Marcelo Giba focou o seu objetivo. “Me profissionalizei com 15 anos, conquistei minha independência financeira e já morava sozinho.”
Na época, Marcelo Giba já convivia com pessoas mais velhas e procurou seguir os melhores exemplos que tinha por perto. “Nunca tive problemas, pois minha família me ensinou valores desde a infância e, isso, levei comigo durante toda a minha carreira profissional.”
No ano de 2003, o atleta assinou contrato com o Atlântico de Erechim, time onde o tio Gilmar Teles, o “Giba”, atuava. “Lá que ganhei o apelido de Marcelo Giba por ser sobrinho dele.” Entre 2004 e 2006, o jogador rumou para São Paulo, onde vestiu a camisa do Banespa. Foi o goleador da Taça Brasil e goleador do Campeonato Paulista.
Ainda em 2006, Marcelo Giba passou quatro temporadas na Espanha, onde vestiu a camisa do Benicarló, na Comunidade Valenciana, e do Playas de Salou. Lá, fez 30 gols por temporada.
O bom filho à casa torna
De volta ao Brasil, em 2010, ele assinou contrato com o Foz Futsal, no Paraná e, em 2011, no Avaí, em Florianópolis. Já em 2012, o atleta foi para o São Paulo e, no ano seguinte, chegou a Lajeado para vestir a camisa da Alaf e para fixar residência ao lado da esposa, Carla Guerra, 32 anos, e, agora, da herdeira recém-nascida, Lívia Guerra Pires.
Na Alaf, Marcelo Giba viveu altos e baixos - altos, porque conquistou títulos com a equipe, e baixos, porque, com a diretoria, segurou as pontas no período de crise financeira, em que diversos atletas precisaram ir para outras equipes em decorrência da falta de pagamento dos salários. “O capitão é o pilar do time, é a voz ativa.”
Segundo o jogador, é papel do capitão assumir algumas responsabilidades e encarnar a figura do líder. “Sempre fui muito observador, isso para tentar entender cada companheiro de time. É dever do capitão dizer palavras que motivem os atletas e evidenciar o que cada um tem de melhor.”
Planos para o futuro
Marcelo Giba recebeu proposta para jogar na Bélgica e na Inglaterra, além disso, na metade de 2016, ele foi convidado para vestir a camisa de um time do Irã, mas todas as ofertas foram recusadas pelo mesmo motivo. “Minha prioridade, neste momento, é a minha família. Quero participar da criação da minha primeira filha e estar perto da minha esposa.”
Para valer a pena, segundo o atleta, a proposta precisa ser boa financeiramente, mas, acima de tudo, a equipe precisa ser de alguma cidade próxima do Vale do Taquari. “O que me move são os desafios. Porém, atualmente, não me movimento de Lajeado sem minha família.”
Futuramente, Marcelo Giba pretende criar uma escolinha de futsal para atender crianças e adolescentes com até 15 anos.
Títulos
2001 - Campeão gaúcho - Ulbra/RS
2002 - Campeão Taça Brasil Sub-20 - Internacional/RS
2002 - Campeão Korea Cup Intercontinental - Internacional/RS
2002 - Campeão Sul-Americano Sub-20 - Seleção Brasileira de Futsal
2004 - Campeão metropolitano - EC Banespa/SP
2004 - Campeão paulista - EC Banespa/SP
2005 - Campeão paulista - EC Banespa/SP
2005 - Campeão metropolitano - EC Banespa/SP
2007 - Campeão Copa Cataluña - Playas de Salou/Espanha
2013 - Campeão Série Ouro Lupicínio Rodrigues - Alaf/RS
2014 - Campeão Série Ouro Lupicínio Rodrigues - Alaf/RS
2014 - Campeão Liga Sul - Alaf/RS
2015 - Campeão Copa dos Vales - Alaf/RS
2016 - Campeão Copa Nacional em Giruá - Alaf/RS
Texto: Carolina Gasparotto

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