11/08/2017

Gaspar e Dani

Quando o assunto é futebol, eles têm muitas histórias para contar

Mesmo sangue e mesmo amor pelo futebol
Gaspar e Dani cresceram no meio do mundo da bola e fazem questão de defender a mesma camisa nos times em que jogam
Quando o assunto é futebol, eles têm muitas histórias para contar. E em poucas dessas lembranças, os irmãos, Leandro Ismael Ritter, o “Gaspar”, 43 anos, e Evandro Daniel Ritter, o “Dani”, 41 anos, não estavam juntos. Naturais de Lajeado, ainda pequenos foram morar em Concórdia, Santa Catarina, cidade em que o pai dos meninos, Márcio Ritter, 69 anos, organizava jogos entre bairros.
Com um apaixonado por futebol dentro de casa, não foi preciso esforço para que logo Gaspar e Dani começassem a dar os primeiros chutes. “A gente jogava em uma canchinha de concreto, e nosso pai jogava junto. Perdi alguma unha e couro dos dedos lá (risos)”, recorda Gaspar.
Ao perceber que os filhos levavam jeito com a bola, Ritter resolveu colocar os meninos na escolinha de futebol de salão do CMD. “Lembro que era a escolinha mais próxima da nossa casa, ficava no município de Seara”, conta Gaspar. Tempo depois, de volta a Lajeado, os irmãos começaram a estudar em Forquetinha, onde participavam dos jogos escolares.
A primeira aparição de Gaspar e Dani com boa repercussão foi no Campeonato Regional Dente de Leite, que reuniu 42 times, entre eles, o Juventude de Conventos, grupo dos irmãos. A equipe dos meninos ficou campeã para a alegria de toda a família Ritter. “Eu jogava de centroavante, e o Dani, de ponteira direita. Depois desse campeonato, passei para a posição de meia-atacante”, explica Gaspar.
Pelos gramados
Tanto Gaspar quanto Dani já jogaram em times profissionais, mas foi no futebol amador que os dois atuaram lado a lado e tiveram o prazer de comemorar títulos juntos. “Tive uma passagem pelo Lajeadense. Joguei dos 16 até os meus 21 anos”, relata Gaspar. Na opinião dele, foi um período de muita aprendizagem. “Cheguei a atuar em um jogo-treino contra a Seleção Brasileira, no Estádio Beira-Rio.” Já Dani atuou três meses no Caxias, um mês no Avenida e seis meses no Lajeadense.
Aos 21 anos, Gaspar precisou abandonar o futebol profissional para trabalhar, momento em que optou por jogar apenas no amador. “Podemos dizer que eu e o Dani estivemos juntos em 80% dos campeonatos disputados.”
A dupla já atuou junto em campeonatos abertos de Estrela e de Teutônia, intercamping, futsal, minifutebol e futebol. “O bom de jogar entre irmãos é que um defende o outro. Nunca brigamos com ninguém, mas se vemos alguém chegando com mais vontade no outro é claro que dá vontade de fazer o mesmo (risos)”, diz Dani.
Gaspar
Gaspar foi campeão regional com o Brasil de Marques de Souza, campeão regional com o Arroio Alegrense, campeão invicto da Copa Integração com o Juventude de Conventos, vice-campeão do Municipal de Lajeado com o Minuano de Canudos do Vale, vice-campeão do Municipal de Santa Clara com o São José de Nova Santa Cruz e campeão municipal com o Bragantino de Marques de Souza.
Também atuou no Travesseirense, Olarias, São Bento, Montanha, Nacional de Forquetinha, Picada Flor, Pampero de Soledade, Linha Nova de Santa Cruz do Sul, 25 de Julho, Primavera e XV de Novembro, os três últimos de Cruzeiro do Sul.
Desde 1994, Gaspar joga no Coroas Mirim, no Clube Tiro e Caça. Com a equipe, já foi sete vezes campeão da Primeira Divisão do Campeonato Interno de Minifutebol. Foi campeão com o Cosmos, pela força livre, no Sete de Setembro. Também faturou o título do Cafusal, com o Galera.
Dani
Dani foi campeão do Regional Série B e do Municipal com o Arroio Alegrense, goleador do Municipal de Travesseiro (Picada Vinagre), campeão municipal e goleador em Westfália (Esperança), campeão municipal em Cruzeiro do Sul (São Rafael).
Também atuou no Brasil de Marques de Souza, Estudiantes de Conventos, São Bento, Olarias, Ouro Verde e Primavera de Cruzeiro do Sul, Picada Flor, Bragantino, Linha Bastos, Montanha, Nacional de Forquetinha e Pampero de Soledade.
Assim como Gaspar, Dani jogou no Coroas Mirim, no Clube Tiro e Caça e foi sete vezes campeão da Primeira Divisão do Campeonato Interno de Minifutebol. Após as cirurgias de Gaspar, duas em cada perna, os irmãos pretendem voltar a jogar junto este ano, na Terceira Divisão do Interno dede Minifutebol do CTC.
Momentos especiais
Para Gaspar, um momento especial na sua história no mundo da bola foi o dia em que ele e o irmão ficaram campeões do Regional Dente de Leite. “Era um evento muito badalado. Ficamos com o título dentro do Estádio Florestal lotado. Eu fiz o gol e ainda era o dia do meu aniversário”, conta orgulhoso.
Dani diz que esse campeonato também é uma das suas melhores lembranças, mas também cita como momento especial as suas participações nos campeonatos municipal e regional com o time do Bairro Montanha. “O grupo era muito bom.”
Para ambos, o mais importante de tudo são as amizades que ficam. “Com várias pessoas mantemos contato até hoje.” Gaspar diz que muitos dos seus clientes da Risder Móveis procuram pela sua loja por causa do futebol. “Tudo é mais fácil para a vida profissional quando se tem contatos.”
Agora, Gaspar procura passar o que aprendeu ao filho Kadu, 9 anos. “Ele sabe tudo sobre futebol. Gosta de assistir aos jogos na televisão, sabe o nome dos jogadores e, se deixar, quer jogar bola todos os dias.”
Kadu já jogou nas escolinhas do Sete, Ceat e Juventus. No momento, está na escolinha do CTC, com o Jura Pretto. “Eu incentivo bastante, porque é uma prática esportiva que só traz coisas boas.” Para Dani, é preciso buscar no esporte uma maneira de tirar os filhos do mundo da informática e dos celulares. “Eu tenho uma filha, e é isso que ensino em casa.”
Fonte texto: Carolina Gasparotto

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