11/08/2017
Andrei Träsel
O jovem foi eleito o melhor lateral esquerda em 2016, no Clube Sete de Setembro
Um profissional no amador
Andrei Träsel, um garoto no futebol amador
O jovem foi eleito o melhor lateral esquerda em 2016, no Clube Sete de Setembro
Andrei Träsel, 22 anos, poderia estar começando a vida profissional de futebol, mas, depois de diversas passagens por times reconhecidos no país, decidiu voltar para a região e apostar na categoria amador. Ele não descarta mudanças no futuro, mas, no momento, o foco é o time Galera, no Clube Sete de Setembro, de Lajeado, que lhe rendeu, em 2016, o troféu de melhor lateral esquerda do campeonato.
O jovem é quase um multiposição. Dentro de campo joga como meia, um segundo atacante e, no campo do Sete, é lateral esquerda. Destaca-se como o cara que faz bem o último passe para o jogador marcar o gol, mas também é reconhecido dentro de campo pelo chute de longa distância com precisão, suas arrancadas e por pifar o jogador.
A história dele ainda é curta, já que tem menos de duas décadas nesse ramo, mas Träsel já deixou uma marca em alguns times brasileiros.
Começou a vida de jogador futebol quando tinha 7 anos, no Clube Sete de Setembro, em Lajeado. Ficou dois anos na escola da cidade e, depois, foi convidado para treinar na escola do Rui Barbosa de Arroio do Meio, onde morava.
Depois de meses de treino e de muita dedicação, teve uma oportunidade de jogar no Juventude e foi para lá. Com 10 anos, disputou a Copa Amizade de Capão da Canoa, da categoria 94. Nesse campeonato, o time perdeu a semifinal para o Internacional de Porto Alegre. Ele ficou mais alguns meses e retornou para o Rui Barbosa, e assim, novamente, mais perto de sua família.
No retorno, o garoto treinou muito e se dedicou com o objetivo de poder aproveitar qualquer oportunidade que aparecesse. E ela surgiu. Aos 16 anos, participou de uma peneira em Santa Clara do Sul, em que o empresário Gabriel O Pensador o classificou como um dos melhores dentro de campo. Dias depois, tentou mais um teste, em Arroio do Meio, para jogar no Internacional, e também foi aprovado.
Com duas escolhas importantes nas mãos, o garoto de apenas 16 anos não sabia o que fazer. Até que um dia, o próprio Gabriel O Pensador ligou para ele e formalizou o convite para jogar em seu time, o Duque de Caxias do Rio de Janeiro. Sem pensar muito, aceitou o convite e se mudou para a cidade carioca, onde ficou durante um ano.
Esse novo caminho no mundo do futebol lhe abriu mais portas, porque teve mais visibilidade no mundo do futebol. “Estar em uma cidade maior possibilita isso.”
Depois do Duque de Caxias, Andrei teve a oportunidade de jogar no Vitória e no Bahia. “Foram passagens bem ligeiras, porque não deu muito certo.” Com 16 anos, o garoto estava viajando pelo país e sozinho, sem sua família. “Essa é a arte do futebol, anos puxados, corridos e sempre sozinho. A gente pegava a mochila e partia para nossos estados, times e alojamentos.” Aprendeu a diferenciar as equipes e a sofrer com a rivalidades delas e de suas torcidas. Tudo para se destacar como jogador e ter novas oportunidades nesse ramo concorrido.
Depois da passagem pela terra baiana, voltou ao Duque de Caxias, onde disputou uma copa do Campeonato Brasileiro do sub-16. “Não passamos nem da primeira fase, porque os outros times tinham bem mais expressão do que o nosso.”
Depois dessa oportunidade, deixou o clube e voltou para o Sul. Jogou no Guarani de Venâncio Aires, onde ficou dos 17 anos aos 21 anos. Depois, disputou um campeonato em Mato Grosso, semiprofissional, ficando vice-campeão.
Agora, com 22 anos, voltou para Arroio do Meio e joga o campeonato amador no time Galera do Clube Sete de Setembro.
Sobre o profissional
Com apenas 22 anos, poderia estar formando sua vida profissional de jogador de futebol agora. “E essa seria a idade-chave, mas as oportunidades são poucas por aqui na região de subirmos nessa carreira.” Por isso, seu foco, no momento, é o amador. “Tenho que estar bem aqui, aí, quando surgirem novos momentos, avalio.” Peneiras são difíceis de ocorrer no Vale do Taquari, por isso, para se chegar a um time maior, apenas por meio de indicação.”
Andrei tenta sempre manter o seu preparo físico, porque, segundo ele, a única coisa certa é que ele gosta muito de jogar futebol e não pretende parar tão cedo. No momento, ele não estuda, apenas trabalha e faz atividades físicas. “O time Galera, que jogo aqui, é muito bem estruturado e só tem jogadores de ótima qualidade. Isso me motiva a jogar nele. Além, de tudo, sempre estamos em uma constante aprendizagem.”
O preparo
Hoje, o jovem pratica atividades na academia e, quando tem tempo disponível, ainda corre no Parque dos Dick, em Lajeado, ou então na rua. “Tento manter para estar em um nível bom sempre. Mas também não sou totalmente alienado a isso.”
O amador x profissional
O atleta diz que jogar no amador lhe possibilita essa aproximação da família e de amigos. “Quando se está longe é complicado. Nos momentos difíceis, temos que tirar as forças de dentro da gente mesmo.” No profissional, teve que ser independente na adolescência e, como a maioria dos jogadores, passou fome e sofreu com a distância. Tudo em busca de sucesso na carreira de jogador de futebol.
Times em que jogou
- Clube Sete de Setembro
- Rui Barbosa
- Juventude
- Duque de Caxias
- Vitória
- Bahia
- Guarani de Venâncio Aires
Títulos mais importantes
- 2 Copas Adidas
- 1 Copa Saudades
- 1 Copa Light
- 1 vice Gaúcho
- 1 principal pelo Sete de Setembro
Fonte texto: Carine Krüger