11/08/2017

Diogo Rizzetti

Do interior para a cidade grande. De gandula a titular. Do profissional para o amador

Paixão pelo gramado
Rizzetti e seus 22 anos no futebol
Do interior para a cidade grande. De gandula a titular. Do profissional para o amador. Diogo Rizzetti faz sua história no futebol do Vale
A história de Diogo Rizzetti, 30 anos, no futebol, começou quando ajudou o seu pai a reformar um campo de futebol, em Pedras Brancas, aos 8 anos. No fim do expediente, depois de capinar, colocar a tela na goleira e plantar a grama, sempre batia uma bola no local e começou a gostar do esporte. “Via os treinos e comecei a participar sendo gandula.”
A primeira oportunidade dele foi em um time de sua cidade: Internacional de Boqueirão do Leão. Todos os homens da casa jogavam futebol, e ele também tinha que seguir os passos deles. “Meu pai sempre dizia que jogar bola era bom para tudo, para a saúde e para desenvolver a mente. E eu estava sempre em campo após os jogos com uma bola jogando até escurecer.” E foi assim que toda sua trajetória começou.
O sonho desde guri era vestir a camisa do time principal de sua cidade. Começou como goleiro. “Eu gostava de atacar na chuva. A gente ia para o campo, e o meu prazer era me atirar nas poças de água.”
Um dos incentivadores dele é Délcio Barbom. Ele ficava atrás das redes do campo e, para não estragarem, ele as retirava logo depois da partida. Em um dia, estava recolhendo as redes, ele e o filho, quando os dois viram Rizzetti batendo bola. O garoto tinha 10 anos. Barbom viu o menino treinar e disse para ele: “Diogo, no próximo jogo, tu vai jogar junto, de reserva no segundinho”. “Eu não sabia o que falar. Para mim, era um sonho jogar nesse time. Quando ele me falou aquilo, eu fiquei muito emocionado.”
Aos poucos, ele foi jogando como goleiro no time e ganhando seu espaço. Num certo dia, o goleiro principal se machucou e ele assumiu a posição. “Com 12 anos, ataquei como titular do segundinho e fui o goleiro menos vazado. Naquele campeonato, ficamos vice-campeões.”
Com 13 anos, foi reserva do goleiro do primeirinho, e, já na primeira partida, teve a oportunidade de ir para o gol. “Gostaram tanto que logo assumi a titularidade.” Ele ficou mais algum tempo e acabou mudando de posição, virando jogador de linha. Dali em diante teve várias oportunidades em diversos times da região e, depois de participar de uma peneira, ficou três meses no Sport Club Internacional.
O dinheiro
O futebol profissional, na visão dele, dá dinheiro, sim. Diz que há profissionais que ganham até R$ 1 milhão por mês. Contudo, salienta que, no amador, a realidade é diferente, mas também rende um bom extra. “O bom é que trabalhamos a semana toda e, nos fins de semana, jogamos para ganhar um dinheirinho.” Diz que usa o valor para pagar prestação do carro, ou da moto e ajuda dentro de casa também nas despesas.
Segundo ele, jogar futebol já é um prazer, mas quando se tem um incentivo é ainda melhor. “Além do dinheiro, tentamos chegar ao topo do campeonato e ganhar títulos.”
O dia a dia
Hoje, seu dia a dia é normal. Diogo diz que tem suas tarefas de trabalhador como todos. Ele atua com entregas na função de motorista. Contudo, considera sua agenda sempre cheia de atividades, porque concilia duas funções. “Começo a jogar bola na quinta-feira de noite e paro só no domingo de noite. É bastante puxado.”
Ele diz que, para jogar bola, mesmo cansado, sempre está disposto, porque é algo que o deixa feliz. “Se a gente não tiver felicidade para jogar e vontade não adianta nem entrar em campo, porque não basta ser bom, ter time bom se você não tiver vontade e fizer a diferença.”
Sobre o futuro
Sobre o futuro, o jogador diz que sempre sonhou em ser jogador profissional. “Mas não deu. Então, tentamos nos virar na rotina.” Ele pretende atuar no amador até os 40 anos; depois. quer entrar num time de veterano, e se tiver algum campeonato, pretende jogar. “Não quero parar, eu quero jogar até quando eu puder, correr atrás de uma bola até ficar bem velho.”
Incentivar
Ele quer muito incentivar os novos atletas a jogar futebol e se dedicar, mas com cautela e dedicação. Diz que um dia ainda quer voltar para o Sport Club Internacional, que o revelou, para ajudar os novos jogadores. “Pretendo voltar a vestir essa camisa e terminar a minha carreira nesse time que é o meu de coração.”
Diogo pensa ainda em ter uma escolinha para incentivar as crianças. “Onde eu moro, a gurizada se espelha na gente. Isso é gratificante. A gente está passando num lugar, aí, um guri de 6 anos fala: ‘Eu quero ser que nem o Diogo, eu quero fazer gol que nem o Diogo’. É demais.”
Sonho
O sonho de Diogo é ter um filho. “Toda pessoa que tem um planejamento, inclui ter um filho e dar tudo o que puder para ele.” Segundo ele, seus pais nunca tiveram condições financeiras para ajudá-lo na carreira, e ele quer tentar ajudar o filho dele. “Hoje, eu vejo que se eu tivesse vindo para Lajeado antes, com 15 anos, acho que minha vida seria bem diferente.”
Deu certo, deu errado
Erros foram poucos na visão dele, mas problemas foram muitos. Destaca que os maiores sempre foram relacionados às lesões: “Elas são o fantasma de todo jogador. Quando estamos numa fase boa em um clube, desempenhando um bom futebol e nos machucamos, acaba com tudo.” O que deu certo, para ele, são os títulos conquistados. “Só quem ganha um título, levando uma taça, sabe como é bom. Ser campeão e ainda mais com os amigos é fantástico. Defender uma comunidade, um clube é superlegal.”
Fazer amizades para ele é primordial. Diz que, além de dinheiro e de títulos, todos os esforços de deixar a família nos fins de semana precisam valer a pena.
Dicas para os novos atletas
Para quem está começando no futebol, o jogador sugere muita força de vontade. “Eu sempre falo para os piás da minha localidade, de Boqueirão, do Internacional, que eu vejo neles o Diogo de anos atrás.” Conta que quando termina o jogo de domingo, ele vê os meninos jogando bola como ele fazia quando pequeno.
Segundo ele, em tudo na vida haverá obstáculos que vão tentar tirar as pessoas do foco principal. “Então, siga sempre o caminho certo em busca do que você acha correto, do que você almeja na sua vida e não desista.”
Times em que jogou
- Sport Club Internacional
- Sport Club Paredão de Santa Catarina
- Saraiva de Venâncio
- Monterey
- Grêmio de 5 de Junho
- Esporte Clube São Braz
- Atlético Nacional de Forquetinha
- Galera do Sete de Setembro
- Banguzinho do CTC
- Flamengo de Três Lagoas
- Esporte Clube Flamengo de Xaxim
- Esporte Clube Picada Serra
- Esporte Clube Arroio Grande de Venâncio
- Regional com Montanha
- Putinga no Charqueadense
- Espumoso no time da cidade
- Independente de Alto Boqueirão
- Esporte Clube Esportivo de Linha Data
- União de Carneiros São Cristóvão
Títulos
- Campeão 6 vezes Municipal de Boqueirão do Leão
- Campeão 2 vezes com Sport Club Internacional
- Campeão 4 vezes com Esporte Clube São Braz
- Campeão municipal de Progresso com o Flamengo de Três Lagoas
- Campeão futebol 7, 4 vezes pelo Boqueirão com São José
- Campeão CTC com Galera
- Campeão Sete com Galera
- Campeão da Mimi em Teutônia com amigos do Léo
- Campeão de Venâncio com o time de Arroio Grande
- Campeão regional União de Carneiros
- Campeão regional Série B com Independente de Boqueirão do Leão

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