13/08/2017
Ana Carolina Caliari Sestari
A goleira de Nova Bréscia conheceu treinador brasileiro que atua no futsal italiano por meio do Facebook
Futsal de Nova Bréscia à Itália
Ana Carolina conheceu treinador brasileiro que atua no futsal italiano por meio do Facebook
A goleira Ana Carolina Caliari Sestari, de 21 anos, do Montesilvano Calcio a 5 Femminile, clube italiano, começou a se dedicar ao futsal aos 9 anos de idade, por meio da Escolinha Cláudio Fernando Marrom (CFM), de Nova Bréscia. Seus primeiros professores foram Fernando Radaelli e Tiago Marchese.
Ana nem sempre jogou na posição de goleira. Iniciou a atividade como jogadora de linha, mas em decorrência de um acidente, onde bateu de bicicleta contra um carro e quebrou o fêmur de uma perna, a jogadora optou por atuar no gol, posição que gostou e seguiu profissionalmente.
Ao jogar os Jogos Escolares do Rio Grande do Sul (JERGS), pela Escola Estadual de Ensino Médio Nova Bréscia, a atleta conheceu algumas meninas de escolas de outras cidades, que foram jogar em SC, e por intermédio disto, ela teve também teve a chance de fazer um teste e passou a integrar, em 2010, o Clube Barateiro Futsal, da cidade de Brusque, em Santa Catarina, para onde se mudou com apenas 14 anos de idade. Lá ficou sob a supervisão e responsabilidade da presidente do time.
Ana conta que “no começo, todo mundo achou uma loucura, pois sai de casa com 14 anos. Isso foi difícil no início, lidar com a saudade, a cultura diferente, mas depois fui me acostumado, e todo mundo passou a me apoiar. Já são 7 anos que moro longe de casa”.
A jogadora permaneceu em Brusque até o final do ano de 2013, quando conclui o ensino médio.
No decorrer dos quatro anos no clube, Ana conquistou diversos títulos. “Ganhamos praticamente tudo que podíamos nesse período. Os estaduais sub 15, 17, 20 e Adulto; e a Taça Brasil dessas mesmas categorias”, contou a goleira.
Ida à Itália através do Facebook
Depois de muitas conquistas no clube de Santa Catarina, surgiu a oportunidade de ir jogar na Itália. “Conclui o terceiro ano do ensino médio em Santa Catarina e parti para lá”.
Ana Carolina conheceu, através de seu perfil no Facebook, um treinador brasileiro que trabalha na Itália, o qual a convidou para ir para o país europeu, e ela aceitou. “Pelo time Montesilvano Calcio a 5 Femminile, somos atuais campeãs da liga italiana. Além disso, esse ano, ganhamos uma Supercopa e ficamos em segundo lugar no Primeiro Torneio Europeu de Clubes”.
Preparação e incentivo ao futsal
De acordo com a goleira, a preparação física dos atletas ocorre no início da temporada. “Por pelo menos dois meses nossos treinos são mais físicos, porque a partir de outubro, começa o campeonato. E diferentemente do Brasil, aqui temos jogos todos os domingos até o final do mês de maio, início de junho”.
Com relação ao futsal feminino, Ana Carolina relata que na Itália o investimento no esporte é muito maior, com relação ao Brasil. “Lá investem bem mais, porque é praticamente um trabalho. No Brasil também temos isso, mas o problema é que são poucas equipes que ainda querem e podem investir no futsal, porque não tem retorno”, explica.
Ana também cita seus ídolos no esporte, o Stefano Mammarella, goleiro da seleção italiana, e o Tiago da seleção brasileira.
Dificuldades e Carreira
A principal dificuldade da goleira para a adaptação no novo clube, em um outro país, foi o idioma. “Aprendi a falar e me comunicar com as outras jogadoras. Estudei um pouco na internet, mas eu buscava sempre falar com as italianas. E depois de tantos erros, acabei aprendendo (risos)”. Um dos fatores que facilitou a adaptação, foi que sua melhor amiga, Adrieli Berté, também foi jogar futsal na Itália. As duas já haviam jogado juntas em Brusque.
Hoje, Ana Carolina já atua há três anos na Itália, e revela que ainda não atingiu o auge de sua carreira. “Não acho que atinge o máximo em minha carreira, porque almejo mais títulos no clube, e quem sabe um dia, possa alcançar a seleção”, destaca.
Preparadora de goleiras na Categoria de Base
Além de jogar no time, Ana Carolina também começou neste ano, a dar aulas na categoria de base para meninas de 12 a 17 anos, como preparadora de goleiras.
A goleira explicou que as treinadoras estavam precisando de auxílio, e o time a indicou para a função, que ela aceitou prontamente, pelo fato de adorar crianças.
Como preparadora, ela repassa às meninas o que lhe foi ensinado quando ela estava começando nos treinos.
“A experiência de dar aula em categoria de base está sendo incrível, porque a maioria das gurias que vem fazer escolinha, são nossas torcedoras, e acabam realizando o "sonho" de serem treinadas pelos próprios ídolos. E é uma coisa muito legal, porque somos os exemplos para essas crianças. Essa é uma responsabilidade enorme, além de ajudar essas meninas a realizarem os próprios sonhos”, conta a atleta.
Família
A goleira explica que seus pais sempre a apoiaram em suas decisões. “Claro que no início tiveram medo, mas eles sabem a importância que o futsal tem para mim, jogar é o meu sonho, e eles me deixaram seguir esse sonho”, revela.
Ana volta ao Brasil para visitar a família no período de férias do clube, que ocorre entre os meses de junho e agosto de cada ano.
Incentivo às futuras atletas profissionais
“Eu diria para nunca desistirem dos seus próprios sonhos. Que por maiores que sejam as dificuldades, se você tem um sonho, você não pode desistir nunca. Eu mesma, também pensei em desistir muitas vezes, mas percebi que a vontade de vencer as dificuldades era bem maior que aquela de desistir”, enfatiza a jogadora.
Fonte texto: Alana Gausmann Flores