13/08/2017

Felipe Mateus Werner, o “China”

O jovem jogador é evangélico e acredita que a família precisa vir em primeiro lugar

Opção de vida
China deixou a carreira para ficar com a família
O jovem jogador é evangélico e acredita que a família precisa vir em primeiro lugar, à frente de qualquer situação
Todo caminho percorrido na vida é traçado por escolhas feitas pelas pessoas. Felipe Mateus Werner, 22 anos, o “China”, é um exemplo disso. Ele começou ainda “piá” a jogar futebol. Construiu uma carreira sólida dentro de campo e, quando começaria a levantar voo, decidiu ficar na região e estruturar uma vida aqui junto de sua família.
Natural de Arroio do Meio, o jovem é evangélico e, por isso, tem outras crenças e missão de vida. Por mais que ame o futebol, sua prioridade é a família e tudo o que o faça crescer e ficar bem.
Para manter uma vida profissional como jogador de futebol enfrentava muitos problemas financeiros. Os times não lhe pagavam o salário em dia: “As contas vinham todos os meses certinho em suas datas. Tenho financiamento da minha casa, fora que tenho esposa e também quero ter filhos o quanto antes, por isso, preciso ter estabilidade financeira.” E isso, aliado a distância, se tornou um grande problema.
A vida de China no futebol começou aos 6 anos, treinando na escola do Rui Barbosa de Arroio do Meio. Jogou lá, até os 16 anos. Com 17, foi para o Aimoré de São Leopoldo. Ficou durante um ano e foi transferido para o Rondonópolis de Mato Grosso, onde se tornou campeão estadual júnior e ganhou a Copa Mato Grosso profissional, que dá vaga para a Copa do Brasil. Jogou em duas Taças São Paulo.
Em 2014, com 19 anos, veio a decisão: largar os times grandes em outros estados e voltar para o RS, para perto da família, e por causa disso, parar de jogar futebol profissional.
Em 2016, uma nova proposta do União, time rival do Rondonópolis, provocou os sentimentos de amor pelo futebol do jovem, e ele partiu de novo em busca de sucesso na carreira. “Joguei um bom tempo lá, mas, novamente, tive problemas com salários e desisti de vez.”
A volta
Para se manter na região, China começou a trabalhar em uma indústria de produtos de limpeza da região, a Girando Sol. Sua mãe, para ajudar, abriu um restaurante, mas a ideia não durou, e, logo, China voltou a atuar na empresa, onde está até hoje, conciliando com a vida de jogador de amador.
O amador
Parar de jogar, para China, na verdade, significa não viajar mais para longe em busca de sucesso profissional, porque largar de verdade o futebol, ele nunca largou. Logo que voltou já começou a atuar no time Galera do Clube Sete de Setembro e também em torneios pelo Banguzinho do Clube Tiro e Caça e ainda no Municipal de Arroio do Meio, onde defende o Palmense.
Posição
Ele joga como segundo volante e se define como um jogador forte para chegar na frente do gol e acabar fazendo. Sua resistência física faz com que seja chamado por diversos times.
O futebol
Para China, o futebol tem os seus dois lados, como tudo na vida. O bom, em sua visão, é que joga desde criança e, por isso, o esporte passou a ser um hábito e uma paixão de sua vida, além de ser um trabalho, porque ajuda como um extra ou então salário. Mas ele fala também do lado obscuro dessa área. “É difícil conseguir manter uma família sendo jogador de futebol. A maioria acaba sendo muito mulherenga e festeira. Eu acabei sendo um exemplo que pode ser diferente, mas só consegui porque me apeguei a Deus.”
O jogador conta que é possível conciliar, mas é preciso definir metas e prioridades na vida. “Eu amo futebol, mas quando não dá, não dá. Minha família é minha prioridade.”
Tudo o que conquista hoje, ele diz que é mérito de sua família, que sempre o apoiou. “São eles que estão comigo nos momentos bons e ruins e são eles que eu levo junto em cada comemoração.”
Ser evangélico
China diz que também já foi do lado obscuro do futebol, mas mudou e fez isso para manter a sua família e, segundo ele, a decisão de ser evangélico o auxiliou nesse caminho.
O futuro
Ele acha que seguirá nos torneios amadores da região, mas diz que vai se esforçar bastante para ganhar títulos. “Quero seguir jogando, porque, além de tudo, ajuda muito a mente e também como atividade física.”
China sugere aos guris que estão começando na carreira que tenham “cabeça”, se concentrem nas escolhas e oportunidades. “Já tinha propostas do Internacional e do Flamengo e desperdicei por algo errado que fiz de última hora.”
Times em que jogou
- Rui Barbosa de Arroio do Meio
- Aimoré de São Leopoldo
- Rondonópolis de Mato Grosso
- União
- Galera do Sete
- Banguzinho do CTC
- Palmense de Arroio do Meio
Títulos principais
- Primeiro turno do Sete de Setembro
- Campeão do CTC 2015
- Campeonato estadual com o Rondonópolis
- Regional com o Rui Barbosa
Fonte texto: Alana Gausmann Flores

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