A Asembleia foi comandada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Erni Roshig, que deu posse verbal aos conselheiros, eleitos em maio. Em seguida, eles elegeram a chapa única apresentada, por unanimidade
Lajeado – Desde os tempos de colégio, Alexandre Sebben (43) exaltava seus gostos pela liderança técnica no esporte. Foi nas aulas de educação física que começou a auxiliar os professores a montar equipes de futebol para jogos escolares estaduais, percebendo na época sua paixão pela formação de novos craques. A partir dessa terça-feira (18) o gestor de futebol presidirá o centenário Clube Esportivo Lajeadense. A eleição ocorreu na noite de segunda-feira (17) na Arena Alviazul em votação do Conselho, por aclamação, já que constava apenas um candidato. Sebben ficará na presidência até julho de 2019, podendo ser reeleito por mais dois anos.

O Lajeadense representa o início da carreira do gestor, que sempre se sentiu importante em fazer parte do processo da equipe juvenil. Quando era jovem, se reunia com os amigos para assistir jogos no antigo estádio Florestal, onde atualmente treinam os atletas da Escola de Futebol do Lajeadense. “Tenho o Lajeadense como o único clube do coração, que sempre torci. Representa para mim uma força, uma grandeza especial por ter convivido com todos desde a década de 80. Liderar o clube é motivo de orgulho, satisfação, de uma felicidade e emoção muito grande”, descreve o novo presidente, afirmando que manterá tudo que foi feito de bom nesses últimos anos pelos gestores que o antecederam.
Entre suas metas e objetivos, Sebben buscará estabilizar o clube e iniciar uma caminhada com os pés firmes no chão, sem pensar no resultado imediato, mas sim, a médio e longo prazo. “Queremos pautar na formação de atletas, na inserção de novos sócios e busca de novos parceiros e patrocinadores, com o apoio dos atuais”, afirma o presidente, salientando que seu desejo principal é fazer com que o clube seja uma entidade de força interna com muitas pessoas envolvidas, desde o profissional até a escola.
Outra lembrança que motiva a busca pelo êxito que Sebben quer atingir frente ao Alviazul são os ensinamentos e vivências obtidas desde os tempos de adolescente, quando já fazia parte do grupo Coroas Mirim do Clube Tiro e Caça, e sob as orientações de Elvídio Elvino Eckert, ex-presidente do Clube, e também incentivador e patrocinador do seu sonho, compreendeu as suas ideias e já alertava para os desafios que teria pela frente, dentro e fora das quatro linhas, além de apoiar a formação de outras pessoas que também tornaram-se lideranças na região, como o atual prefeito Marcelo Caumo, diretores de grandes empresas do Vale do Taquari e tantos outros empresários de sucesso que fazem parte do grupo do Coroas Mirim.
Sebben relembra os times da Chapecoense/SC e Juventude/RS, os quais se espelha por serem cases de sucesso. “Acompanho a história de ambos e vejo muito do que fazem nos clubes. Queremos buscar referências do que fazem para também termos sucesso”, diz. Para o gestor, a ideia é trabalhar cada vez mais a base, com atletas que irão ajudar a transformar o Lajeadense em um Clube de série A até o ano de 2026, sendo este o grande projeto da gestão.
Esse projeto de longo prazo, só começa a se tornar possível com o incentivo de nomes que fizeram história no Alviazul, como dos ex-presidentes do clube, Nílson e Éverton Giovanella. “Eles foram as pessoas que abriram as portas para que eu conseguisse auxiliar o Lajeadense e, hoje, chegar até a presidência desse clube centenário. Eles assim como eu, apostaram todas as fichas na base e acreditamos que esse é o caminho mais seguro a ser trilhado para um futuro promissor”, ressalta Sebben.
Gestão Profissional
O presidente garante que será uma gestão profissional que fará com que o atleta tenha um vínculo de coração, profissional e contratual, para que esses acordos possam trazer também um retorno financeiro ao Clube. “Será uma gestão transparente junto à direção e ao conselho fiscal e deliberativo, onde todos ajudarão com ideias e opiniões e tudo o que for realizado será de maneira verdadeira para que as coisas não aconteçam sem o respaldo e anuência do conselho”, afirma.
Promessa ao Torcedor
Os torcedores podem aguardar. Conforme Sebben os apaixonados pelo Alviazul poderão esperar além de uma gestão profissional e transparente junto ao conselho, verdadeira com a comunidade do Vale do Taquari, patrocinadores e apoiadores, um trabalho muito forte na formação de atletas, onde o Clube deseja crescer gradativamente até chegar à série A do Campeonato Brasileiro de 2026.
Experiência a nível nacional
Alexandre Sebben começou sua participação no esporte auxiliando na montagem, organização e desenvolvimento do time Coroas Mirim, que joga futebol há 30 anos. Ingressou como preparador físico da equipe juvenil do Lajeadense em 1995 e depois foi coordenador técnico da SOGES. No ano 2000 teve uma passagem pelo Juventude de Caxias do Sul, até 2002. Em 2003 retornou para Lajeado como preparador físico do profissional do Lajeadense.
Já em 2004 auxiliou o Estudiantes de Conventos e Coroas Mirim, fazendo uma boa campanha no Clube Tiro e Caça (CTC). Após, foi coordenador técnico da base no time Fluminense do Rio de Janeiro. Depois retornou para o Juventude e ficou até o final de 2006. Nos anos de 2009 e 2010 atuou pela dupla grenal. Em 2011 no Bahia e Paraná Clube. No ano seguinte retornou ao Grêmio e em 2013 começou a fazer um trabalho de observação técnica e captação de atletas para levar aos clubes. Desde julho de 2015 é gestor do juvenil do Lajeadense e da escola sub-17.
Sebben atuou na seleção brasileira de 2006 a 2010 na passagem do Dunga, como observador técnico das categorias de base na região sul e depois auxiliar e técnico das categorias sub-15 e sub-16. O presidente trabalhou com jogadores conhecidos como Neymar, com Wellington Nem, Philippe Coutinho, Fernando Lucas Martins (ex-Grêmio) e Gabigol. “A seleção brasileira abriu muitas portas, conheci alguns países, visitei clubes dentro do Brasil e tive a oportunidade de conhecer o trabalho e a gestão de variados times”, diz Sebben, afirmando que o Grêmio e Inter também o auxiliaram a conhecer muitas pessoas da área do futebol. “Conheço muita gente e a seleção brasileira me abriu portas e trouxe um conhecimento e aprendizado infinito, sem dimensão”, confessa.

Fonte texto: Renata Leal